Estamos imersos em um tempo onde, na perspectiva da arte, muito se fala em livros do futuro.
Você tem ideia do que essa expressão denota? De início pode parecer estranho ler um artigo com o título acima e encontrar esse assunto, mas atente-se às linhas e imagens a seguir.
As artes (leia-se toda manifestação seja ela literária, plástica, visual ou literária) tiveram suas fronteiras rompidas ao longo do tempo, o que faz com que se torne impossível afirmar que uma obra pertence a uma categoria específica e defini-la dentro de um padrão.
Essa mudança foi fundamental para estimular uma produção mais criativa e dar fim a hierarquia entre diferentes expressões.
A porosidade artística é amplamente defendida e comentada em Depois da Fotografia: uma literatura fora de si, brilhante obra da professora de literatura, cinema e artes visuais, Natalia Brizuela.
Autores como Diamela Eltit, Julio Cortázar, Mario Bellatin Nuno Ramos e Sophie Calle dialogam com essa corrente e são ótimas indicações para os admiradores das mais diversas linguagens.
Partindo desse contexto e com base nas tecnologias e mídias do século XXI, podemos perguntar: Uma foto é capaz de contar uma história? Ou melhor: quais emoções uma foto de gestante pode despertar?
Siga sua reflexão pensando nas redes sociais modernas amplamente difundidas como Facebook e Instagram.
Como traduzir uma experiência como a de ser fotografada a céu aberto com uma bela paisagem em um dos momentos mais marcantes, senão o mais especial, na vida de uma mulher com um número restrito de caracteres e a própria limitação da linguagem verbal?
Segundo Brizuela, “a foto é um modo alternativo à palavra escrita: uma fotografia escrita” (BRIZUELA, 2014, p.17), ou seja, nutrindo-se de outras ferramentas que não a caneta é capaz de re (escrever) histórias, capturar momentos e contribuir com a memória, aquilo que nos faz lembrar de quem somos.
Como descrever uma mãe e seu bebê ali unidos em sintonia em um instante só deles?
Muitos quadros famosos mundialmente têm como título simples descrições: As meninas, Mulher com Sombrinha e Rapariga com Brinco de Pérola.
Que legenda você daria a imagem acima? Será que “Grávida com a mão no ventre” é suficiente para representar à altura toda a subjetividade contida na foto?
Ou “Gestante na escada” para a quarta imagem? O que vem a sua mente quando pensa em felicidade e simplicidade?
Você, por acaso, associaria esse sentimento e característica à gravidez? Pois bem, perceba como uma fotografia é, antes de qualquer coisa, uma obra que transcende a palavra.
Os pontos resgatados na obra citada no começo do artigo (o caráter documental, o corte, o ponto de vista, a relação temporal entre passado, presente e futuro) fazem da fotografia algo imensurável que resgata as mais variadas vivências para eternizá-las recuperando o que nos diferencia de outros seres: nossa construção enquanto sujeitos.
Quando estiver na dúvida sobre adotar a fotografia no seu dia a dia ou em eventos especiais, lembre-se de que sua história pode ir além do fato de estar no mundo, mas colocar seu corpo em movimento e deixar um registro para as gerações que estão por vir.
E a fotografia para nós é muito importante, pois através delas fazemos mais que clientes, fazemos verdadeiros amigos após cada ensaio.
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